IMIGRANTES SEM APOIO

'Mudar de vida'

Junto de alunas de outras nacionalidades que imigraram para o nosso país, tentamos perceber quais as mudanças que sofreu a vida delas e quais as maiores dificuldades de integração que sentiram.

Apresentamos agora os questionários realizados.

Nome:  Annemiek Pronk

Idade: 14 anos

Nacionalidade: Holandesa

Idade que imigraste para Portugal: 2 anos

Tens família em Portugal?
- Não. Vim com os meus pais e os meus irmãos, sem conhecer-mos nada nem ninguém.

Qual o motivo(s) da tua imigração?
- Os motivos pelo qual imigramos foram económicos e também a necessidade de mais espaço para a expansão da nossa vacaria.

Sentis-te dificuldades na aprendizagem da língua?
- Não, pois vim muito cedo e aprendi desde logo a língua.

Tiveste problemas de adaptação no pais? Quais?
- Não tive qualquer tipo de problemas. Por parte da população tivemos um grande apoio.

Foste bem recebida?
- Sim, relembro-me que quando entrei para Pré-Primária, tanto professores como auxiliares ‘voluntariaram-se’ para me ajudar em qualquer tipo de problemas.

Tens o conhecimento se alguma Organização/Instituição estava encarregue da vossa integração?
- Não, mesmo por parte da Segurança Social não houve qualquer apoio, muito pelo contrário tivemos que nos desenrascar sozinhos, foi um desafio.

Nome:  Valéria Nagomir

Idade: 15 anos
Nacionalidade: Moldava
Idade que imigraste para Portugal: 15 anos


Tens família em Portugal?
- Não, toda a minha família ficou na Moldávia.


Qual o motivo(s) da tua imigração?
- O principal motivo por o qual imigramos foi devido a existir melhores condições ao nível do ensino.


Sentis-te dificuldades na aprendizagem da língua?
- Sim, ainda hoje muitas vezes tenho que recorrer à ajudar de uma colega que também ela é moldava para que me ajude a entender o que os professores dizem, por exemplo.


Tiveste problemas de adaptação no pais? Quais?
- Não, até agora estou a gostar muito de ter vindo para cá.


Foste bem recebida?
- Sim, os professores estão a dar aulas de apoio para que consiga recuperar a matéria dada, pois não vim logo no inicio do ano lectivo. Ao nível da língua portuguesa também estou a ter aulas de apoio.


Tens o conhecimento se alguma Organização/Instituição estava encarregue da vossa integração?
- Quanto à organização não sei de nada. Mas a Viktorya foi uma ajuda fundamental para as traduções.

Nome: Lily Camp
Idade: 14 anos
Nacionalidade: Britânica
Idade que imigraste para Portugal: 5 anos


Tens família em Portugal?
-Sim, mas não exactamente na zona onde estou a viver.


Qual o motivo(s) da tua imigração?
- Essencialmente à procura uma vida diferente, em busca de novos costumes.


Sentis-te dificuldades na aprendizagem da língua?
- Algumas mas poucas, pois era ainda muito pequena e a minha mãe ajudou-me imenso quanto a isso.


Tiveste problemas de adaptação no pais? Quais?
-Não muitas, porém deparei-me com uma cultura totalmente diferente da minha. As casas, a comida, as pessoas e até mesmo a própria maneira de estar. Confesso que ao inicio fez-me muita confusão.


Foste bem recebida?
- Sim, mas em algumas alturas senti-me “sozinha” e ai tive muita vontade de voltar para “o meu país”. Senti que quando somos mais jovens a aceitação pela diferença é por vezes complicada. Por alguns cheguei mesmo a ser gozada ou ridicularizada pelo simples facto de ter uma cultura diferente. Mas à medida que fui crescendo tudo se tornou mais simples, e agora já estou completamente integrada.


Tens o conhecimento se alguma Organização/Instituição estava encarregue da vossa integração?
 - Que tenha conhecimento nenhuma, porém houve pessoas que me auxiliaram bastante, sobretudo professores mas também amigos e colegas de turma e em especial a minha mãe.

Com estes depoimentos ‘descobrimos’ histórias de vidas bem distintas. Estas famílias decidiram virar costas ao país natal e (re)começar tudo de novo.
Acabaram por escolher novas profissões e novas formas de encarar a vida. De norte a sul do país encontramos histórias semelhantes a estas.

Queres que esta nova geração que imigra em busca de melhores condições de vida sinta dificuldade na integração num país que nada tem a ver com as suas origens?!
Porque não voluntariares-te/disponibilizares-te para ajudar em aspectos mínimos para ti mas enormes para quem vai começar um ‘desafio’ destes?!